issão na Ásia: Índia
A Igreja no Brasil aberta ao mundo
N° 250 - Maio 1997 - pág. 33
 (Fragmentos do artigo do Padre Renato Rosso).
"Estou  a cerca de oitenta quilômetros de Jaipur, no norte do Rajastão, Índia,  no meio da mata. Os arbustos maiores não passam de dois metros de  altura, e tudo aqui é seco. As árvores foram derrubadas, e a vinte  quilômetros já começa o deserto, que entra pelo Paquistão adentro.
Os  Banjara fizeram dessas colinas um ponto de referência para o grupo.  Mulheres, crianças e alguns homens se fixam por aqui, enquanto outros,  jovens e adultos, procuram trabalho nas cidades e aldeias vizinhas.  Depois de um tempo retornam. É hora de revezamento. Outros assumem a  tarefa
Dizem  que tigres e serpentes são comuns nessa região, mas os ciganos sabem  como se defender. Cães amestrados prestam uma boa ajuda. 
No  passado, esses grupos de ciganos eram conhecidos como os "senhores da  estrada". Andavam de um lugar para outro, atravessando rios e florestas.  Como? Só Deus sabe. 
Percorriam  a Índia inteira, chegando até o Oriente Médio, para depois retornar.  Atravessavam reinos inimigos entre si. Para se ter uma idéia, só o  Rajastão era dividido em pelo menos cem pequenos reinos. 
Os  ciganos dispunham de um salvo-conduto especial para atravessar uma  determinada região. É que todo mundo precisava do trabalho deles. 
De  fato, eles transportavam mercadorias, serviam de "correio" para as  longas distâncias e eram também os banqueiros dos grandes senhores -  podiam comprar ouro e trocá-lo por bens de consumo ou dinheiro. 
Muitas  vezes, o ouro e os objetos preciosos não eram carregados por eles em  suas longas viagens. Preferiam enterrar tudo em lugares secretos. No  momento certo, sabiam qual caixa-forte abrir para fazer os seus  negócios. 
Engana-se  quem pensa que os Banjara se deslocassem em grupos de apenas algumas  dezenas de famílias. Grupos de até 3 mil homens (sem contar as mulheres e  as crianças) eram uma coisa normal.
É difícil falar de escola com eles, já que as crianças trabalham na produção de coroas.
 AUTORIA DO ARTIGO:
 Padre Renato Rosso, 52  anos, missionário italiano, trabalha há mais de três décadas com o povo  cigano. Viveu no Brasil, de 1984 a 1992, e atualmente acompanha os  ciganos no Bangladesh e na Índia.(Esta pequena biografia do padre não  foi atualizada).





